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  • Karla Farias

Depressão no idoso


A depressão geriátrica é um mal que acomete a muitos idosos. São numerosos os casos de pessoas que passam pela depressão sem que os familiares percebam. O senso comum diz que é normal o idoso ficar mais melancólico, lento, com o apetite alterado, e simplesmente as pessoas o deixam quieto no seu canto. Mas a depressão não é consequência natural do envelhecimento e não pode ser banalizada.

Alguns autores apontam o isolamento social, a perda da rede de apoio, a mudança da função social e familiar por consequência da aposentadoria, lutos, separações, declínio da saúde global e o declínio cognitivo como alguns fatores de risco para a depressão. Os fatores genéticos são menos influentes na depressão geriátrica do que na depressão do adulto jovem.

A literatura mostra que pessoas que sofreram de depressão em algum momento ao longo da vida, tendem a ter maior probabilidade de sofrer a doença novamente quando idosos, o que chamam de depressão de início precoce. Mas, como já foi dito, os eventos estressores podem desencadear a doença em idosos que nunca tiveram depressão, e neste caso, chamam de depressão de início tardio.

Em linhas gerais os critérios para se diagnosticar a depressão são: humor deprimido na maior parte do dia; acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia; perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta, ou redução ou aumento do apetite; Insônia ou excesso de sono; agitação ou lentificação motora; fadiga ou perda de energia; sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada; dificuldade de concentração ou de tomar decisões; pensamentos recorrentes de morte, desejo de matar-se ou tentativa de suicídio. Estes sintomas devem estar presentes todos os dias por pelo menos duas semanas e prejudicar o funcionamento do indivíduo nas suas atividades da vida diária. O indivíduo não precisa apresentar todos esses sintomas para ser diagnosticada a depressão maior, mas pelo menos cinco desses sintomas. Dentre eles necessariamente tem que estar presentes o humor deprimido e a diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades.

Aos primeiros sinais de perda de interesse nas atividades diárias é importante que se procure um geriatra para fazer uma avaliação global do estado físico do idoso. Frequentemente distúrbios da tireoide e demências em sua fase inicial podem levar a um quadro depressivo. Quando essas e outras causas são afastadas, a psicoterapia associada a medicamentos prescritos pelo psiquiatra são a melhor maneira de tratar a depressão.

A psicoterapia permite ao idoso dar novo significado a questões existenciais relacionadas à finitude da vida, e oferece meios para lidar com os eventos estressores e adaptar-se a nova fase da vida. O idoso beneficia-se ao compreender que assim como seu corpo suas preferências também mudam com o tempo. O idoso pode não gostar mais de frequentar os mesmos ambientes, mas não significa que tenha que deixar de ter uma vida social. Da mesma forma, a sexualidade se modifica, mas não quer dizer que vai acabar. Não é porque os anos vão passando que devemos nos resignar e nos despedir da vida. Esta é um bem valioso que deve ser desfrutado. A vida não é fácil e sabemos que não podemos fugir de certos acontecimentos, mas podemos escolher de que forma viver com o inevitável. Quando fazer essa escolha está muito difícil, o psicólogo pode ajudar a descobrir o caminho para ser feliz.

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