
O transtorno distímico ou distimia (do grego, “mal-humor”) é um transtorno do humor muito prevalente na sociedade e que aumenta os custos financeiros e a utilização do sistema de saúde. O conceito de distimia vem sofrendo muitas modificações ao longo do tempo e hoje é objeto de muitos estudos, principalmente na relação com a depressão maior. Dada a sua importância, novas pesquisas devem ser estimuladas, para que se possa entender e tratar melhor esse transtorno.
A distimia difere da depressão maior por ser crônica e menos severa, de início leve e insidioso, com sintomas que aparecem, na maioria dos casos, antes dos 25 anos. Apesar dos sintomas mais brandos, por ser crônico e pela falta do reconhecimento da doença, o prejuízo à qualidade de vida destas pessoas é considerado maior do que nos demais tipos de depressão. Os distímicos frequentemente são sarcásticos, rabugentos, exigentes, queixosos e tensos.
As características da distimia envolvem um humor deprimido na maior parte do dia e na maioria dos dias, por pelo menos 2 anos. O mal-humor constante é indicado pela observação feita por outras pessoas, pois estes pacientes quase não procuram ajuda, suportando por um longo período seus sintomas. A prevalência no transtorno distímico na população em geral é de aproximadamente 3 a 6%, sendo mais comum em mulheres do que em homens.
Além do humor deprimido, o transtorno distímico deve apresentar duas (ou mais) das seguintes características:
- Apetite diminuído ou aumentado;
- Insônia ou muito sono;
- Baixa energia ou fadiga;
- Baixa auto-estima;
- Fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões;
- Sentimentos de desesperança e irritabilidade.
As causas da distimia são complexas e incluem diversos fatores biológicos e psicológicos, tais como: hereditariedade, predisposição, temperamento, fatores de vida, estressores biológicos e eventos de vida estressantes na infância. As consequências mais frequentes são a diminuição da produtividade no trabalho, crises nos relacionamentos, isolamento social e aumento no risco de doenças físicas.
O tratamento para o transtorno distímico abrange medicação e atendimento psicológico. A psicoterapia tem como função, em primeiro lugar, permitir que o paciente entenda o que é esta doença e o seu funcionamento para cada caso. Dessa forma, visa diminuir o impacto dos sintomas na vida da pessoa, como também manter as melhoras e, se possível, reduzir a probabilidade das recaídas. Tudo isso, por meio de todo um cuidado na avaliação do caso específico, para que durante o processo terapêutico o paciente possa aprender novas habilidades sobre como lidar com a distimia.