top of page
  • Patricia Adnet

Transtorno da Conduta


Ao longo do crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes é muito comum a manifestação de comportamentos antissociais, como chutar, brigar com os irmãos ou desobedecer aos responsáveis. No entanto, eles não se comportarão desta forma na maioria dos lugares, nem com tanta freqüência a um nível de serem considerados “problemáticos”.

Para que seja considerado o transtorno da conduta, estes comportamentos antissociais são ações extremistas, tem longa duração, representando desvios em comparação com crianças com desenvolvimento típico, causando grave comprometimento no funcionamento social e acadêmico. Dentre os problemas diagnosticados na infância, o transtorno da conduta provoca a maior preocupação na sociedade em função da sua alta gravidade.

A classificação para este transtorno envolve um padrão repetitivo e persistente do comportamento, onde são violados os direitos dos outros ou normas e regras sociais importantes para a faixa etária. Devem estar presentes 3 ou mais dos seguintes comportamentos, durante os últimos 12 meses, sendo que 1 deles deve estar presente nos últimos 6 meses:

- Agressão a pessoas e animais à provocações, ameaças, intimidações, lutas corporais, utilização de armas (bastão, faca, tijolo, garrafa quebrada) capazes de gerar lesões corporais, crueldade, roubo, coação para obter atividade sexual, todas frequentes;

- Destruição de patrimônio à envolver-se de propósito na provocação de incêndios com a intenção de causar sérios danos; destruir propositalmente o patrimônio de alguém;

- Defraudação ou furto à arrombar residências, prédios, carros alheios; mentir frequentemente para obter favores ou evitar obrigações legais; roubar objetos de valor sem se confrontar com a vítima;

- Sérias violações de regras à frequentemente permanecerem na rua à noite, antes dos 13 anos de idade, contrariando as ordens por parte dos pais; fugir de casa à noite, pelo menos 2 vezes.

Na maioria dos casos, as crianças/adolescentes com este transtorno apresentam ausência de remorso ou culpa ao emitir estes comportamentos, ou seja, não se sentem mal ou culpados quando fazem alguma coisa prejudicial e não se preocupam quanto às consequências negativas de suas ações. A falta de culpa também envolve falta de empatia, quando não se importam com os sentimentos alheios, parecendo sempre frios, desinteressados com os outros. A expressão de seus afetos é superficial principalmente quando desejam atingir seus objetivos, manipulando ou intimidando as pessoas.

Existem 2 tipos para o transtorno de conduta: com início na infância, onde esteja presente antes dos 10 anos um comportamento antissocial; com início na adolescência, que se refere a ausência das características antes dos 10 anos. É encontrado mais em meninos que em meninas.

As causas para o desenvolvimento deste grave transtorno ainda não foram esclarecidas. O que se sabe, por meio de diversos estudos, é a combinação de muitos fatores, como os genéticos e ambientais, avaliando a estrutura familiar, a cultura, a rede de amigos e pertencimento a escola e o histórico de vida desde a gestação.

O tratamento abrange a psicoterapia comportamental, pois enfatiza a aprendizagem de novos comportamentos e a redução dos desadaptativos, com formação de um bom vínculo entre a criança/adolescente e o psicólogo. É fundamental também a intensa participação e treinamento dos pais e da escola para que aprendam como lidar com seus filhos e alunos, proporcionando uma melhor qualidade de vida a todos os envolvidos.

28 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page