top of page
  • Patricia Adnet

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH


O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, mais conhecido por TDAH, é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dois tipos principais de sintomas: a desatenção e a hiperatividade/impulsividade. O TDAH começa na infância, persistindo na adolescência e idade adulta e para que o diagnóstico seja realizado corretamente é necessário que estejam presentes seis ou mais sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade na infância e cinco nos adultos, descritos abaixo:

Desatenção:

(a) freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras;

(b) com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; (c) freqüentemente parece não escutar quando lhe dirigem a palavra;

(d) freqüentemente não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres no trabalho (que não seja devido à dificuldade de entender as instruções);

(e) com freqüência tem dificuldades em organizar tarefas e atividades;

(f) com freqüência evita, antipatiza ou reluta a envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (ex: tarefas escolares e deveres de casa; revisão de trabalhos longos em adultos);

(g) freqüentemente perde coisas necessárias para as tarefas e atividades (tais como brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros; chaves, documentos ou outros materiais);

(h) é facilmente distraído por estímulos não relacionados à tarefa;

(i) com freqüência apresenta esquecimentos em atividades diárias.

Hiperatividade:

(a) freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;

(b) freqüentemente abandona sua cadeira em sala de aula/trabalho ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;

(c) freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado, nos adultos há uma sensação de inquietude; (d) com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;

(e) está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor"; (f) freqüentemente fala em demasia.

Impulsividade:

(g) freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas; (h) com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez;

(i) freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por ex., intromete-se em conversas ou brincadeiras).

Além da dificuldade em focarem sua atenção em uma determinada situação, as pessoas com TDAH têm certa dificuldade em seguir regras, concordar com solicitações e não conseguem gerenciar e controlar o seu comportamento tão bem quanto as outras. Já bem cedo, as crianças são descritas como mais agitadas do que a maioria da sua idade, precisando ser constantemente vigiadas, pois estão sempre “aprontando alguma”, com conseqüências mais graves do que é esperado para a idade. Essas crianças tendem a ser relatadas pelos pais como tendo sido bebês difíceis, chorosos, irritadiços e, posteriormente, quando ingressam na pré-escola, por volta dos três ou quatro anos de idade, parece que as ameaças de punições feitas pelos pais e as promessas de recompensas exercem pouco impacto sobre sua maneira de se comportar, o que pode gerar estresse e frustração familiar.

Além da presença dos sintomas é preciso que os comportamentos acima descritos tenham ocorrido por pelo menos seis meses com persistência e que estejam presentes antes dos doze anos de idade, causando um grau de prejuízo significativo e que sejam observados em pelo menos dois ambientes da vida da criança como, por exemplo, em casa e na escola. Os sintomas de desatenção/hiperatividade com início em idade mais avançada após um desenvolvimento normal ou devido a um estresse muito forte, como por exemplo, separação dos pais, perda de entes queridos, mudança de colégio, em geral, não são indícios de TDAH.

Devido a todos estes problemas apresentados (sociais, comportamentais, acadêmicos e afetivos), as pessoas com TDAH normalmente apresentam baixa auto-estima, baixa tolerância à frustração, e podem apresentar sintomas de ansiedade, depressão, e outras complicações. A prevalência do TDAH é estimada em 5% nas crianças e 2,5% nos adultos em diversos países do mundo, incluindo o Brasil. As causas são cada vez mais pesquisadas e o que se sabe é a associação entre fatores genéticos, problemas familiares e ambientais.

Para o tratamento deste transtorno é fundamental o trabalho conjunto entre psicoterapia, psiquiatria e psicopedagogia (no caso das crianças). O psicólogo atuará na importante orientação aos pais/familiares e à escola, informando-lhes sobre o que é o TDAH e em como melhorar a interação com a criança/adulto. Além disso, a terapia tem como objetivo obter melhoras no comportamento, nas suas interações sociais e na sua qualidade de vida, por meio de estratégias que favorecerão o aprimoramento e desenvolvimento de suas habilidades.

31 visualizações

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page