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  • Patricia Adnet

Pais&Filhos – O Envolvimento no Processo Terapêutico


Quando uma criança chega ao consultório, provavelmente não foi ela que disse: “Mamãe/Papai, preciso de um psicólogo!”. São os pais ou responsáveis que levam seus filhos, muitas das vezes em uma busca desesperada por ajuda, pois já não sabem mais o que fazer. Há também aqueles que são indicados pela escola ou encaminhados pelo médico com queixas que giram em torno de problemas apresentados em vários contextos, envolvendo desde comportamentos agressivos até um isolamento social profundo.

Basta aos pais somente levar seus filhos à terapia por 50 minutos, uma vez por semana e ficarem na sala de espera? A resposta é muito mais que um simples “não”. Para que uma criança, independente do problema apresentado, possa obter sucesso ou resultados satisfatórios em seu tratamento, é durante o processo da terapia que pais e psicólogos precisam trabalhar como uma equipe. Cabe ao terapeuta o convite a esses pais para participarem de todas as atividades que serão desenvolvidas com a criança, desde o primeiro encontro até a última sessão. E cabe aos pais envolverem-se verdadeiramente na terapia, pois são responsáveis por educar e cuidar de seus filhos.

A partir deste trabalho conjunto, a criança se sentirá mais amparada e valorizada, recebendo as mesmas informações, o que é fundamental para o início do processo terapêutico. Além disso, toda terapia envolve mudança, seja na modificação do comportamento, do modo de pensar e sentir, ou mesmo do ambiente. Dessa forma, nada melhor que os pais para colocar em prática, no dia-a-dia dos filhos, tudo aquilo que será aprendido.

Como os pais podem colaborar com a terapia? Apoio é a atitude principal. Dizer para a criança que ela pode aprender coisas novas, ser bem-sucedida, compreender as suas dificuldades e seu problema, ajudá-la no que for preciso, ser paciente e, sempre que possível, conversar com ela, ouvindo e respeitando sua opinião. Só não vale esquecer que respeitar não significa concordar, pois cada um possui um papel específico dentro do contexto familiar.

Existem vários outros benefícios que merecem destaque quando os pais entram no processo terapêutico dos seus filhos. Eles irão aprender e entender sobre o que a criança apresenta e são ajudados a transmitir suporte para que ela sinta-se capaz de realizar novas habilidades; fora da sessão os pais podem observar e estimular tudo o que foi aprendido pelo(a) filho(a) e após o final do tratamento, os pais facilitam e ajudam a manter a melhora da criança.

A participação dos pais também implica na identificação dos seus comportamentos deficientes em relação à criança e na expectativa que eles criam sobre a melhora de seus filhos e o que eles precisam de fato mudar. Isto é importante, pois muitos pais acreditam que somente a criança precisa mudar e não percebem que uma mudança em toda estrutura familiar é mais eficiente, já que são os pais os modelos de aprendizagem dos filhos, desde seu nascimento.

Claro que isso tudo não é tão simples e fácil como parece, mas não é impossível. O primeiro passo é querer. Querer estar junto na melhora de seu filho, querer estar aberto para novas mudanças. Os próximos passos irão fluir à medida que o vínculo com o terapeuta for se firmando, fortalecendo o tratamento da criança. O mais importante de todo o processo, no entanto, é lembrar que a felicidade e o bem-estar dos filhos estarão sempre em primeiro e único lugar.

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