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  • Patricia Adnet

Transtorno Obsessivo-Compulsivo


O Transtorno Obsessivo-Compulsivo, muito conhecido como TOC, pode estar presente desde a infância até a idade adulta. Até a década de 1960, passou por formulações teóricas e foi resistente a diversos tipos de tratamento, sem alcançar a eficácia esperada. Após este período, por meio de estudos e da prática clínica, o TOC vem apresentando maior entendimento e, hoje, já pode ser diagnosticado e tratado com bons resultados.

A principal característica do TOC é a presença de obsessões e/ou compulsões que causam muito sofrimento e estresse, consumindo mais de uma hora por dia no cotidiano da pessoa ou interferindo de forma significativa em sua vida, atrapalhando suas atividades, sejam no trabalho, na vida social e nos relacionamentos interpessoais. Um ponto importante que deve ser enfatizado, é que o indivíduo que apresenta o transtorno sabe e reconhece, em algum momento, que as suas obsessões/compulsões são excessivas e irracionais. No entanto, muitos portadores têm crenças disfuncionais, ou seja, formas de pensar distorcidas que os perturbam, que podem incluir senso aumentado de responsabilidade e tendência a superestimar a ameaça; perfeccionismo e intolerância à incerteza, levando-os a excessiva necessidade de controlar seus pensamentos.

As obsessões são idéias, pensamentos, imagens e impulsos que são indesejáveis e intrusivos, recorrentes, persistentes e involuntários. Geralmente são sem sentido, repugnantes, inaceitáveis e difíceis de abandonar, levando a pessoa que os tem a sentir desconforto e ansiedade, pois são mais fortes que sua própria vontade em afastá-los. Desta forma, o indivíduo tenta suprimi-los e ignorá-los por meio de algum outro pensamento ou ação. As obsessões que mais aparecem são:

  • Contaminação: idéias de se prejudicar por meio do contato com substâncias que se acredita serem perigosas;

  • Ordem: as coisas devem estar em seus lugares corretos, de acordo com um determinado padrão;

  • Religião: pensamentos blasfemos, dúvidas religiosas;

  • Violência física praticada contra si ou outros, provocada por si mesmo ou pelos outros;

  • Sexo: preocupações com atos sexuais inaceitáveis e com órgãos genitais;

  • Morte: imagens de entes queridos mortos;

  • Comportamento socialmente inaceitável: gritar, xingar, perder o controle;

  • Sem sentido: frase, imagens, palavras, séries numéricas sem sentido;

  • Dano acidental: acidente ou doença, não estando em relação com violência física ou contaminação.

As compulsões são comportamentos voluntários, intencionais e repetitivos (rituais) que são realizados com o objetivo de parar com a obsessão ou neutralizá-la e reduzir a ansiedade anteriormente desencadeada. Geralmente, não guardam nenhuma conexão com as obsessões que a pessoa procura prevenir e são altamente excessivos. As categorias principais de compulsões são:

  • Limpeza: limpar várias vezes para prevenir danos;

  • Verificação: certificar-se de que tudo está correto;

  • Comportamentos específicos ou frases;

  • Ordem: os objetos devem estar exatamente como deixou;

  • Rituais mentais: repetir superstições ou orações.

As causas deste transtorno requerem ainda muitas investigações e pesquisas, pois não se compreende de forma precisa os mecanismos que estão envolvidos no aparecimento e desenvolvimento do TOC. Contudo, o tratamento do TOC é possível e apresenta melhores resultados quando da combinação da medicação com a psicoterapia cognitivo-comportamental. Nesta abordagem psicoterápica, o psicólogo atua de forma a fazer uma avaliação completa dos sintomas que a pessoa apresenta, a fim de elaborar o melhor plano de tratamento possível, possibilitando novas perspectivas na qualidade de vida do paciente.

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