A ansiedade e a preocupação são absolutamente normais e necessários ao ser humano para sua adaptação e sobrevivência na cultura onde se encontra. Sem eles, tão logo o homem deixaria de existir. O que caracteriza o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é o descontrole de preocupações irreais ou excessivas no cotidiano da pessoa. Juntamente a isso, o TAG é considerado um transtorno crônico de ansiedade envolvendo vários sintomas somáticos, que geram graves comprometimentos sociais e ocupacionais. Dessa forma, o que diferencia a ansiedade e preocupação normais do TAG são a intensidade com que ocorrem e os prejuízos que são desencadeados devido ao imenso gasto de energia e tempo pela pessoa.
As preocupações estão relacionadas a uma grande expectativa apreensiva referentes a diversas situações ou atividades, seja no trabalho, na família ou no contexto social. Geralmente, são receios e até “pressentimentos” de que algo de muito ruim irá acontecer a si próprio ou a algum parente, como doenças, acidentes, não conseguir lidar com dificuldades financeiras, desgraças futuras e/ou não ter o desempenho o qual gostaria. Além disso, o indivíduo reconhece que é muito difícil controlá-las e, em alguns casos, a gravidade é tão elevada, que ele passa a preocupar-se com as próprias preocupações e que elas o levarão a loucura. Por isso, a pessoa com TAG sente uma necessidade enorme de controle sobre tudo, achando-se muito vulnerável a qualquer sinal de perigo ou ameaça.
Os sintomas somáticos envolvem três áreas principais, cada uma com as suas respectivas manifestações:
- Tensão motora à tremores, incapacidade para relaxar, fadiga, cefaleias (dores de cabeça);
- Hiperatividade autonômica à dificuldade para respirar profundamente, palpitações, sudorese, tonturas, alternância das sensações de frio e calor;
- Hipervigilância à irritabilidade, insônia, sono agitado, dificuldade de concentração, lapsos de memória (os chamados “brancos”).
Para que seja feito um diagnóstico correto, é preciso que estes sintomas estejam presentes em quase todos os dias por pelo menos 6 meses corridos na vida da pessoa. Do mesmo modo, para que estes sintomas sejam validados para o TAG não podem ser devidos a nenhuma outra condição médica ou aos efeitos de abuso de substâncias psicoativas.
Quanto mais cedo se chega ao diagnóstico do transtorno, melhor será para o tratamento que deve ser com um psicólogo e um psiquiatra, além do controle de sua evolução ao longo dos anos, por ser crônico. O médico psiquiatra tratará de toda medicação necessária de acordo com o paciente e seu histórico. O psicólogo atuará de forma ativa, colhendo os dados para fazer uma avaliação completa, a fim de que possa intervir de maneira correta e adequada. A psicoterapia é altamente indicada para os casos de TAG, pois permitirá que o indivíduo entenda o seu transtorno, aprenda a lidar com ele em todos os âmbitos de sua vida e passe a vivenciar melhor o seu dia-a-dia.