Uma das maiores dificuldades nas relações humanas é a falta de cuidado nas conversações. As pessoas, envolvidas pelos seus próprios conflitos, perdem cada vez mais a habilidade para bem ouvir. Todos desejam falar, atropeladamente, impondo ideias, discutindo temas não pensados, oferecendo informações sem valor, afoitas para dominarem a situação e tornarem-se o centro de interesse geral.
Os resultados são os desastres nas comunicações. Surgem, então, técnicas que preparam o homem para relacionar-se com o outro; contudo, se ele não se capacita ao esforço de ouvir com atenção, as informações ficam falhas. Ouvir exige interesse e propõe cuidados. Pode-se ouvir, indiscriminadamente, ruídos, tumultos, sem assimilação de conteúdo. A habilidade de ouvir as conversas impõe o respeito por quem está falando. Sem consideração pelo outro, quaisquer assuntos perdem a importância, quando não geram polêmicas inúteis, desagradáveis.
Escutar a palavra sem interrupção, sem preconceito ou qualquer julgamento permite que uma pessoa possa compreender melhor a outra, podendo absorver o conteúdo daquilo que lhe foi apresentado e, dessa forma, seleciona o que lhe é útil. Dominado pelo desequilíbrio emocional, o homem confunde o raciocínio e não assimila o que lhe foi transmitido. Assim, permitir-se ouvir com sinceridade dilui quaisquer equívocos e só favorece as relações.
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