Acordamos todos os dias seguindo nossa rotina, esquematizando atividades diárias, revisamos calendários, planejamos contas, férias, feriados, viagens e não mais que de repente tudo isso para. De cabeça para baixo nos vemos obrigados a parar literalmente tudo e nos isolarmos dentro de nossas próprias casas. Aqui no Brasil, em março de 2020, nos deparamos com a chegada nada bem vinda do coronavírus.
A orientação é para todos ficarem em casa, evitar sair ao máximo. E quais são as consequências para a saúde mental deste isolamento imposto para nossa própria sobrevivência? O ser humano cresce e se desenvolve pelo convívio social, sendo interdependente. É fundamental para o seu equilíbrio cognitivo e emocional a interação com outras pessoas, a troca de informações, de afetos e comportamentos. Quando este equilíbrio é afetado seja por fatores genéticos e/ou ambientais e a pessoa desenvolve transtornos mentais como depressão, fobias, compulsões, pânico, já passa a ter prejuízos em diversos âmbitos de sua vida.
Desta forma, o isolamento pode agravar o quadro de indivíduos com diagnóstico de algum transtorno mental, como pode deflagrar outros tantos, incluindo traumas, estresse, transtorno obsessivo-compulsivo, já que se trata de uma situação real e não imaginária ou exagerada. O que fazer então diante deste panorama para evitarmos pioras dos sintomas ou aparecimento de novos? Como lidar com tudo isso sem desespero e de forma racional?
Em primeiro lugar, é se conscientizar de que literalmente todos estão passando pela mesma situação, não é só um ou outro, é mundial. Ter a consciência de que afeta bilhões de pessoas ao redor do planeta por si só já traz uma sensação de acolhimento. Em segundo, é aceitar o que não se pode modificar: infelizmente o vírus existe e se espalha rapidamente. Esta aceitação envolve movimento, iniciativa e não acomodação ou paralisia. Nosso movimento está naquilo que eu posso controlar e cuidar, ou seja, tomar os devidos cuidados para não infectar a si próprio e as pessoas ao redor. A empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, é muito importante neste momento, pois é a habilidade fundamental para vivermos em sociedade.
Alternativas saudáveis são muito importantes e necessárias tanto para quem vive em família e se vê “trancafiado” 24 horas por dia com as mesmas pessoas, como com quem convive consigo próprio, morando sozinho. Se há a possibilidade de trabalho em casa, organize-se dentro do horário estabelecido, assim como quem estuda. Façam atividades em conjunto, mas também passem um tempo com sua individualidade e respeitem a privacidade do outro. Dividam tarefas domésticas, joguem jogos, ouçam música e leiam. Lembrando que hoje temos a facilidade da tecnologia, que nos permite a comunicação fácil até mesmo de quem está do outro lado do oceano.
Acima de tudo, este momento requer flexibilidade de pensamentos e comportamentos. Formas rígidas de agir, revoltas ou agressões não farão com que o coronavírus vá embora mais rápido, pelo contrário, o desespero abaixa a imunidade, tornando-o mais vulnerável à propagação. Caso sintomas ou sensações comecem a aparecer ou piorar, não deixem de comunicar às pessoas de sua confiança e, principalmente, saibam que, nós profissionais da saúde mental, Psicólogos e Psiquiatras, estamos preparados para o atendimento à distância. Contem conosco! Karpfen Psicologia na luta pela saúde mental sempre.
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