
O mês de outubro é dedicado à campanha de prevenção do câncer de mama. Neste período são feitas divulgações em diversos meios de comunicação, além de palestras e iniciativas para levar à população a possibilidade de detectar a doença o mais breve possível. Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS em 2018 foram 57.900 novos casos de câncer de mama no Brasil. O câncer de mama é sem dúvida uma doença que provoca medo e muitas vezes as pessoas preferem evitar até falar. É como se não falando, a doença não fosse capaz de acontecer. Mas isso justamente é um comportamento de risco, uma vez que a probabilidade de cura é inversamente proporcional ao tempo de diagnóstico. O que quer dizer que quanto mais cedo for diagnosticado, maior a probabilidade de cura. diagnóstico do câncer de mama causa impactos em todas as esferas da vida da mulher, pois suscita questões relacionadas a alterações da imagem corporal, desempenho sexual, indisposição física, medo e ansiedade relacionados ao tratamento, ao trabalho, à família, à condição financeira e à morte. A partir do diagnóstico a mulher vive fases semelhantes às do luto. Nem todas as mulheres passam por todas as fases e cada uma vive as fases de um jeito que é só seu.
Num primeiro momento, a tendência é a de negar o diagnóstico. Acredita-se que o exame foi trocado, que houve falha, que o médico interpretou de maneira equivocada. Procura uma segunda e uma terceira opinião. Nega-se a todo custo aquele diagnóstico tão assustador.
Quando não há como fugir da realidade, a mulher começa a barganhar, com Deus, consigo mesma, com o destino, com quem quer que acredite. Promete que se ficar curada irá cuidar melhor da saúde, irá fazer exercícios, dará mais atenção à família, entre outras coisas.
Outra fase é a raiva. Neste momento sente-se revoltada, ressentida e inconformada. Sua ira pode voltar-se contra Deus, contra si mesma, seus familiares e equipe hospitalar. O comportamento agressivo causa nas pessoas que estão a sua volta uma reação negativa que acaba reforçando seu senso de injustiça.
A depressão é uma fase delicada uma vez que torna crescente o risco de suicídio. Nesta etapa o sentimento de perda da sua feminilidade, autonomia, identidade, sexualidade, estabilidade financeira, convívio social e profissional a abatem profundamente. Além do risco de suicídio, a depressão provoca uma queda ainda maior nas defesas do organismo já debilitado.
A última fase é a aceitação. Nesta fase a paciente entende aceita que existe uma doença que tem que ser tratada. Não há o que fazer a não ser tratar. O desfecho pode ser a morte ou a cura, mas já não há raiva, tristeza ou revolta. É como o momento de calmaria após uma tormenta, quando o se começa a reconstruir. Este é o instante crucial onde a paciente finalmente ganha forças para lutar e adere ao tratamento.
Para que a mulher enfrente bem com o câncer de mama é importante que ela e toda a família estejam acompanhados por um psicólogo que dará o suporte emocional, auxiliando-os a reconhecer todas as emoções que estão aflorando e como cada um irá lidar com as próprias emoções e com as dos outros. Falar sobre o câncer, os medos, as dúvidas, as expectativas, sempre é a melhor forma de dar um novo significado à experiência e torna-la menos dolorosa. Os grupos de apoio também são fundamentais, para afastar a crença de estarem sozinhos e incompreendidos.
A fé em algo, independente de religião, e a qualidade de vida são fatores que aumentam as chances de sucesso no tratamento. O diálogo é um tratamento que todos podem oferecer a uma pessoa com câncer. Lembrem-se o câncer não é contagioso. Converse, beije, abrace, mostre seu amor. Isso poderá fazer a diferença no tratamento.