A dependência afetiva é caracterizada por uma necessidade excessiva de contar com o apoio, a orientação, a estimulação e a proteção dos outros. Pessoas dependentes relatam um alto nível de ansiedade toda vez que precisam tomar uma decisão. Geralmente sentem-se angustiados quando não recebem orientação e apoio. Buscam frequentemente apoio e aprovação social para regular a angústia, ou medo do abandono. Em muitos casos, o dependente afetivo abre mão da própria autonomia, por sentir-se vulnerável e incapaz para lidar com um mundo que acredita não dar conta sozinho. Sua visão do outro é sempre como sendo benevolente, protetor e, consequentemente, acredita muito nas pessoas e sofre quando elas não correspondem a esta crença.
O transtorno de personalidade dependente não é raro na população mundial. Alguns autores apontam que existe uma prevalência de 0,4 a 1,5% de casos na população. Estudos vem mostrando que este transtorno possa ser determinado por fatores genéticos, biológicos, ambientais e do desenvolvimento. Por exemplo, uma criança pequena mais tímida pode tornar-se dependente afetiva se viver em um ambiente familiar que não lhe supra as necessidades de afeto, cuidado e atenção. Por outro lado, cuidadores superprotetores, controladores ou autoritários também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Geralmente o dependente afetivo busca apoio psicológico ou psiquiátrico com queixa de sintomas de ansiedade, depressão e abuso de substâncias. A Terapia Cognitivo-Comportamental atuará em diversas frentes, como, por exemplo, na regulação das emoções, fortalecimento da auto-estima e desenvolvimento de habilidades sociais. O reconhecimento da necessidade de apoio profissional é um importante passo para a conquista da autonomia e da realização pessoal e profissional.