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  • Patricia Adnet

Insônia


O sono é um estado regular, recorrente e facilmente reversível do organismo, caracterizado por uma relativa tranquilidade e grande elevação no limiar de resposta a estímulos externos, em comparação com o estado de vigília; além de estar associado com uma variedade de alterações fisiológicas, incluindo respiração, função cardíaca, tônus muscular, temperatura, secreção hormonal e pressão sanguínea.

A função do sono é a de restaurar o organismo, reequilibrando-o, sendo crucial para a regulação da temperatura normal e conservação de energia. Dentre os transtornos do sono, a insônia é a mais comum e mais amplamente reconhecida, acarretando uma diminuição da sensação de bem-estar durante o dia, caracterizada pela alteração do estado de ânimo e da motivação, diminuição da atenção, da energia e da concentração e aumento da sensação de fadiga e mal-estar. A insônia pode ocorrer tanto independentemente de qualquer condição física ou mental conhecida, como estar relacionada a outro transtorno mental.

No primeiro caso, a insônia está classificada dentro dos transtornos primários do sono e é diagnosticada como “Insônia Primária”. É frequentemente caracterizada por dificuldade para adormecer ou manter o sono, acordando repetidas vezes, por pelo menos 1 mês. A insônia primária se associa habitualmente a um aumento do nível de alerta fisiológico e psicológico durante a noite, junto a um condicionamento negativo para dormir. A preocupação intensa e o mal-estar relacionados com a impossibilidade de dormir geram um círculo vicioso, pois quanto mais a pessoa tenta dormir, mais frustrada e incomodada se sente, o que acaba dificultando o sono.

Quando a insônia está claramente relacionada a sintomas psicológicos e comportamentais, também por pelo menos 1 mês, é classificada dentro dos transtornos do sono relacionados a outro transtorno mental. Isso significa que o problema do sono, muitas vezes de dificuldade para adormecer, é secundário a sintomas de algum transtorno mental.

Na depressão, a insônia ocorre, na maior parte das vezes, na segunda metade da noite, levando a um despertar precoce, reforçando o humor desconfortável pela manhã. Para os deprimidos, a manhã e a tarde são os piores períodos do dia. No transtorno do pânico, a insônia aparece como interrupções repentinas ao longo da noite e com a presença de sintomas como taquicardia e taxa respiratória diminuída. Nos casos de transtorno bipolar, os indivíduos dormem pouco, tem dificuldade em adormecer e não se queixam de qualquer problema com o sono.

Os indivíduos que apresentam insônia primária crônica utilizam de maneira inadequada hipnóticos e álcool para favorecer o sono, e bebidas com cafeína ou outros estimulantes para combater a fadiga diurna. Por ser um transtorno multidimensional, o seu tratamento combina medidas como realizar exercícios físicos exclusivamente durante a manhã ou nas primeiras horas da tarde; comer uma refeição leve; evitar a nicotina, o álcool e as bebidas que contenham cafeína; regularizar a hora de deitar e levantar; e uso de medicações.

Para o tratamento da insônia relacionada a algum transtorno mental, é fundamental a avaliação do psicólogo e do médico psiquiatra. O trabalho conjunto atuará de maneira significativa para detectar o diagnóstico e, assim, direcionar a psicoterapia, que por meio de estratégias cognitivo-comportamentais auxiliará o paciente a entender o processo de sua insônia e a aprender novos recursos e habilidades a fim de recuperar sua qualidade de vida.

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